terça-feira, 19 de abril de 2011

Nem sei que nome dar



ao post que demorei tanto para escrever, mas acho que chegou o momento...

Em abril de 2010 descobri que estava grávida e desde então tudo mudou, passei a me cuidar mais e a ser mais cuidada, reparava mais nos buracos nas ruas e no metro lotado... e foi assim que durante 9 meses vivi altos e baixos de uma gravidez deliciosa... e mesmo nos momentos de perrengue "apertada com o xixi" dentro do ônibus eu me divertia conversando com minha barriga. Minha barriga nunca foi tão acalentada e tão observada, amei tanto minha barriga que todos estranhavam quando eu dizia que não queria deixar de ser grávida... não pensem que não queria ver meu filho, mas eu já previa essa nossa separação.


Eu sempre dizia que quando o Dudu nascesse eu sofreria demais, pois não poderia mais levá-lo comigo onde eu fosse protegido aqui dentro de mim e é bem por aí...


Em dezembro de 2010 meu filhote nasceu e tornou minha vida uma loucura: o primeiro mês foi algo surreal que vai do desesperador ao encantador e dos 2 meses pra cá cada dia ao lado do meu filho é uma delícia, me descobri boba, invento musiquinhas, beijo meu filho o dia todo, fica babando 24 horas por dia. Esses meses foram nossos: mamãe, Dudu e papai... sorrimos, choramos, brigamos, brincamos... tudo aos extremos.


Procurei não esquecer de mim, enfiando a cinta, fazendo as unhas, escovando os cabelos, evitando doces, mas a verdade é que isso foi mega secundário a tudo que vivi nesses meses, tanto que ficar 1 hora no salão me fazia voltar correndo de saudades do meu filho e sempre quando sentia isso me perguntava em silêncio como será a minha volta ao trabalho... e ainda não sei, mas preciso voltar. Não há outra opção, volto dia 25/05 e imagino que vai ser barra pesada, sinceramente acho que um pedaço de mim vai morrer, nem sei se vou conseguir respirar direito, mas preciso lutar e superar isso.


Penso de outra forma então para parar de chorar: penso nos almoços com as amigas, no eu trabalho que eu gosto de fazer, e aí??? minhas amigas que me perdoem, mas nunca imaginei que teria vontade de largar tudo, pelo contrário, até criticava quem largava... mas a maternidade na minha vida foi além de uma benção um mega tapa de luvas perante o meu jeito exigente de ser. Daí penso que Dudu ficará mais espertinho, conhecerá amiguinhos, mas peraí... ele poderia fazer isso tudo comigo.


Então o jeito é o seguinte: estou vivendo cada dia, ou melhor cada agarrão que dou no Dudu e procurando não pensar porque não consigo achar algo que me console. Acho que deveria ser lei que toda mãe só pode trabalhar no máximo 6 horas por dia e também não quero saber quando ele bater palminhas ou andar na creche... quero guardar cada marco do meu filho ao meu lado, aquele que eu puder ver e fazer festa com ele. E peço a Deus que a dor seja só minha, que doa tudo em mim, mas que abençoe meu filho de forma que ele consiga se adaptar bem no ambiente da creche, que não chore demais, porque não sei do que sou capaz mediante o choro desesperado do meu filho, chego a ficar cega, ou melhor, só vejo ele e quero que ele se acalme o mais rapido possível.


Nem sei se posso ou devo, mas queria tanto pedir às tias da creche que enxuguem bem as dobrinhas do meu Dudu, que não deixem ele com a fralda suja ou com fome... e por falar em fome esses dias Dudu está chatinho, choroso, carente, fazendo beicinho para as papinhas que ele tanto se adaptou bem e querendo demais o mamá... e como eu fico??? Loooooouca para amamentar e amamento, mas fico pensando que ele sentirá falta disso durante o dia, fico sem saber o que fazer, mas meu instinto de mãe amamenta... espero que seja algum salto de desenvolvimento ou pico de crescimento.


Mas então é o seguinte, cada dia ao lado do Dudu é delicioso e quero muito ser presente, por isso vou tentar resolver tudo da minha vida durante o expediente, tentar economizar para poder pagar para que a faxineira passe as nossas roupas para curtir o comecinho da manhã, as noites e os finais de semana ao lado da minha família... e quando o dia 25/05 chegar espero ter forças para viver feliz a minha rotina de trabalho e espero poder contar aqui que doeu sim, mas que eu superei e que estou conseguindo dar conta de tudo, e acima de qualquer coisa contar que os momento com o Dudu estão cada vez mais deliciosos.


Mil beijos!!!


4 comentários:

  1. Ai De...posso te falar por experiencia...DOI. Doi demais! No primeiro dia eu chorei o dia todo, como se me auto flagelasse por estar deixandoa Anna "sozinha".
    Mas com o tempo fui aprendendo a lidar com essa ansiedade e medo.
    Sobre o sofrimento, De eu posso te garantir q a gente sofre mais, BEM mais. Eles poucom sentem. Se fossem mais velhos, tipo mais de um ano, ai sim....mas com 5 pra 6 meses ainda eles nao tem essa noção de tempo!
    Mas De, nao é facil!
    Vc lembra do email q eu te mandei no meu primeiro dia???? eu tava TAO angustiada q precisava falar com alguem q ia me entender, ou seja, VC!
    Eu tb era contra e criticava quem parava de trabalhar pra cuidar dos filhos, achava exagero, mas De, exagero PORRA nenhuma! Essa é a minha opção hj. A carreira eu deixo pra la, o trabalho eu deixo pra la. Nao ligo. Eu volto depois, seguro as pontas e bola pra frente. Mas nao consigo mais largar a Anna nem por 1 segundo.
    Mas entendo a sua posição de voltar e estarei te dando força pra isso viu! Mesmo de longe!!!!!
    Vc vai cinseguir amiga! Tantas maes conseguem...
    Vc vai ver, vc e o Dudu vao tirar de letra!

    Beijos

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  2. Oi,Dê! Você vai superar esse momento sim, apesar de ter tomado a decisão de ficar em casa, sei o quanto deve ser sofrido ter que largar nossa cria tão pequenina e indefesa. Passo por isso na minha família com um sobrinho que teve que ir prá creche bebezinho e tenho que te dizer que não é mole, mas por outro lado eles se acostumam muito rápido e depois que vc voltar ao trabalho, irá se acostumar com essa rotina também. É chato, mas é a vida, opção ou escolha de cada uma, cada família escolhe como deve ser esse momento. Eu por uma lado, sofro também por ter deixado meu trabalho, uma empresa maravilhosa que você sabe como é e minha independência financeira de lado prá cuidar da minha filhota. É assim mesmo, bola prá frente! Se precisar de qq coisa pode contar comigo, podemos trocar figurinhas dessa coisa de louco, mas que ao mesmo tempo é a coisa mais maravilhosa que podemos passar: a maternidade. Bjus em vocês!

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  3. Ai Dê ... nao vai ser fácil mesmo ! Mas isso tudo é mais uma etapa. Vc quando descobriu q estava gravida nao ficou insegura por diversas vezes de como seria ? Hj lembra com saudade. Agora está com insegurança e pesar de deixar o dudu na creche. Devem passar mil e uma preocupações na sua cabeça, mas daqui uns dias, vc vai ver como isso é natural.
    Coisas da vida.

    Fica bem !

    Bjocas

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  4. Amiga, preciso falar: SOFRI com seu relato. Fiquei imaginando como vc deve estar se sentindo, imaginando como vai ser quando tiver que passar esse tempo todo longe da pessoa mais importante da sua vida. Você que é toda carinhosa e certinha, acredito que já deve estar com um aperto no coração, mesmo ainda tendo um mês pela frente. Amiga, eu não tenho filhos e nem criei nenhuma criança, mas minha mãe sempre trabalhou e minha tia também e olha, deve ser difícil, mas é possível. Se vc não tem como ficar em casa com ele, vc tem que acreditar que é possível, nem que isso demande ligar pra creche 100x por dia. Cada um cria o seu método. Eu fiquei com a minha avó e minha mãe ligava o tempo todo pra saber da gente. Você tem uma base forte que é a sua família. Tenho certeza que vc vai superar mais esse monento de dúvida/insegurança, como superou todos os outros. E bom, não sou nenhum neném fofinho, mas amiga tá aí pra isso! Pode chorar de saudade no meu ombro que não ligo não! Pelo contrário! Super vou entender! :)

    beijos

    Julie

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