9 meses

Não, não é hoje, mas estou aqui pensando que dia 11 Dudu completará 9 meses fora da minha barriga, exato tempo que ele ficou aqui dentro e eu amei.

Enjoos, azias, inchaços a parte, eu simplesmente amei engravidar, sentis meu filhote mexer aqui dentro, eu tive um amor gigantesco pela minha barriga... era carinho no banho, no ônibus, dormindo... eu amei minha barriga... ou melhor, eu já amava essa figurinha que crescia aqui dentro.Eu conversava, e tudo que eu mais dizia é que eu queria muito vê-lo, mas ao mesmo tempo amava aquele período onde ele estava comigo o tempo todo e sei que hoje é essa coisa da distância que me causa sofrimento.

Nos 9 meses da minha gravidez aprendi a olhar por onde anda, a comer algumas coisas saudáveis, li muito sobre bebês, improvisei minha moda gestante, fiz todos os exames com toda dedicação, vivi nos limites de uma grávida... até onde consegui usar meu salto eu usei, mas quando tive que partir para a sapatilha fui com todo amor desse mundo. Não lembro de ter reclamado da minha barriga um instante... posso ter reclamado do calor, dos quilos ganhos, do nariz inchado, mas da barriga nunca... amei estar gravida, amei minha barriga e desde o teste de gravidez amei meu filho... mas era aquele amor abstrato, lindo e sincero, mas um amor abstrato.

Daí Dudu veio ao mundo e o meu mundo é outro: é azul; ensolarado; decorado com mamadeiras, mordedores e com fundo musical da galinha pintadinha... e eu amooooo!!!

Ainda na maternidade, confesso que olhava aquele bebezinho e me questionava como eu ia fazer??? como eu ia cuidar??? como eu ia amamentar??? Claro que eu li muito, mas na prática rola insegurança, e o coração vem em primeiro lugar, passando a existir assim o amor real. Esse amor veio aos poucos, na amamentação quando ele me olhava e colocava as mãozinhas em mim, nos sorrisos, nas noites em claro onde todos nós chorávamos de preocupação, desespero e insegurança... e esse amor veio e até hoje cresce, mas cresce tanto que parece não caber mais dentro de mim.

Foram 9 meses de gravidez bem vividos, cuidados, lidos, trabalhados, dedicados ao Dudu. Mas os 9 últimos, esses que meu amorzinho completará, foram os melhores da minha vida. Mas como eu tenho coragem de escrever isso aqui depois de tantos posts sem saber o que fazer com o choro, com as dúvidas, com a insegurança, com as adaptações, com a saudade, com as doencinhas da creche??? Tenho gente!!! Como vive cantando nosso querido Roberto Carlos, "se chorei ou se sorri o importante é que emoções eu vivi..." eu vivi tudo e mais um pouco. Vivi momentos de incerteza, medo, impaciência, nervosismo, fúria, alegria, euforia, ansiedade, contemplação... vivi muita coisa, mas tudo isso pode ser resumido em Dudu. Dudu é a minha vida e tenho certeza que a do pai também e acho isso natural, saudável... ele cresceu dentro de mim, nasceu dependendo do meu alimento, hoje depende de nóa para escolhermos uma boa creche, darmos o banho, a alimentação, muuuuito amor... amanhã dependerá de nós para fazer o dever de casa, depois para dar um conselho amoroso ou na escolha da sua profissão...

E com o tempo eu e o marido sentiremos muita falta dessa fase dependente, mas estaremos felizes ao ver nosso filhote dar os primeiros passos, escrever o nome dele, praticar um esporte... mas o que eu quero ver sempre no meu filho é essa raiz que estamos plantando com tanto amor, afinal amor, carinho, abraço, beijo nunca é demais!!! Quero que meu filho sinta felicidade por pertencer a nossa família, quero que ele se divirta com um filme na TV conosco, que curta o nosso café da manhã e que adore ir conosca à praia. Quero que quando chegar o momento de nós darmos asas ao nosso filhote, ele saiba que pode contar conosco, mas que viva sua liberdade... sempre sabendo que nós estaremos aqui, o amando e respeitando.

Em 18 meses aprendi o que os meus 29 anos anteriores não me ensinaram. Claro que meu caminho foi gostoso de viver cada momento, mas ser mãe é algo sem igual... hoje sou mais mulher, mais humana, mais manteiga derretida, mas mais forte que nunca... hoje sou muito mais muita coisa...rsrsrsrs. Oscilei da depressão à alegria de viver, mas colocando na balança tudo de ruim some mediante uma carinha linda, de bochechas deliciosas e sorriso danadinho.

E desde que Dudu nasceu, me peguei inúmeras vezes cantarolando espontâneamente ( acabo chorando é claro) uma música que me mostrou seu verdadeiro significado... cantarolei a primeira vez massageando meu filho em uma das várias choradeiras noturnas, depois quando o ninava, algumas vezes nas trocas de fralda... confesso que ela nunca tinha me emocionado, me tocado de verdade, mas depois que Dudu nasceu eu sinto essa música:

Eu tenho tanto pra lhe falar
Mas com palavras não sei dizer
Como é grande o meu amor por você...

E não há nada pra comparar
Para poder lhe explicar
Como é grande o meu amor por você...

Nem mesmo o céu, nem as estrelas
Nem mesmo o mar, e o infinito
Não é maior que o meu amor
Nem mais bonito...

Me desespero a procurar
Alguma forma de lhe falar
Como é grande o meu amor por você...

Nunca se esqueça nem um segundo
Que eu tenho o amor maior do mundo...
Roberto Carlos/Erasmo Carlos

Beijos!!!